quinta-feira, 1 de julho de 2010

POESIA - Calma

CALMA

Todos falam e falam e agora que calam a tristeza ainda é minha.
Que tristeza se abateu sobre mim de repente, tão de repente que só pode ter estado aqui sempre.
É dor que só quem tem amor demais no coração pode sentir.
Fecho as janelas do quarto para o sol não entrar.
De olhos vidrados deixo minha tola e persistente esperança
Testar a impenetrável impermeabilidade de toda solidão.
Meu coração é um campo minado que já me fez em pedaços.
E o que eu ganhei com a dor que me deixei sentir?
O que passou, passou, o que não passou talvez não passe mais.
Sonhar sai caro para quem não quer viver de ilusão.
Depois que as lágrimas acabam tudo que vem é perda de tempo.
Sintonizo na FM para calar esse silêncio antes que meus ouvidos explodam.
Olho para a rua cheia de gente e não vejo ninguém.
Não adianta te procurar, sei onde você está.
Quero fugir daqui, sair logo de perto de mim.
Durmo no sofá para esquecer como gostaría de estar acordado com você do meu lado.
Estou sozinho, estou vivo e apesar de tudo que fiz, ainda fala alto comigo.
Só os egoístas são felizes.
Vou levando, e só queria, de coração, que Deus não existisse, para me orgulhar de ter feito tudo sozinho.
É sempre tarde demais para quem não tem o que fazer.
Sempre que paro de falar acho que deixei algo por dizer.
Só reclama de falta de gratidão aquele que a fez por merecer de coração.
Você quase sempre me faz sofrer.
Te amo sem querer.

Um comentário:

  1. forma agradável de leitura e ao mesmo tempo muito profundo nos sentimentos!
    valeu obrigado por externar em palavras os teus sentimentos que me nutrem como uma chuva de nectar!
    procuro em ti um pouco da inspiração e motivação para continuar a viver!

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